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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

COP 16 - Segundo relatório

Por Pedro Soares - Climate Champion
Direto de Cancun, México


Conforme esperado no início do evento, as negociações pouco avançaram até agora dentro da UNFCCC.

Ontem, quarta-feira (01/12/2010) pelos corredores, se ouvia que o Japão havia declarado que se desligaria de qualquer compromisso para o segundo período do Protocolo de Quioto, caso Estados Unidos e China não se comprometessem e assumissem metas de redução de emissão a partir de 2012.

Os grupos jovens que estão dentro da COP (conhecidos como YOUNGO) estão organizando algumas ações para chamar a atenção do público da importância de chegarmos a um acordo global de redução de emissões. Estas ações ocorrerão sexta-feira e segunda-feira (sobre os mecanismos de REDD [Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal] e LULUCF – Land Use, Land Use Change and Forestry [Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas, na tradução livre])


Chamou a atenção um side-event ontem, por volta das 20h15, que tratava sobre mudanças climáticas e espiritualismo. O evento contou com seis palestrantes de diferentes religiões e, diferentemente do que estamos acostumados a ver, estavam com um consenso: os seres humanos chegaram a um ponto de dominação da natureza e exploração dos recursos que passaram a se sentir superiores. Este sentimento de superioridade reflete na forma como lidamos com as questões ambientais e o pouco caso que fazemos com os impactos e cenários futuros advindos desta exploração desenfreada.

Ainda esta semana, está agendado um encontro dos Climate Champions com a Christiana Figueres, Secretária Executiva da UNFCCC.

Por dentro da COP 16

Por Pedro Soares - Climate Champion
Direto de Cancun, México


Apresentação de mariachis, grupos de música que fazem parte da cultura popular tradicional do México.



Visão panorâmica do coquetel de abertura da COP 16.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Primeiro dia na COP16

Por Pedro Soares - Climate Champion
Direto de Cancun, México

A organização da COP 16 decidiu, neste ano, a realizar a COP em dois espaços distintos (ambos em Cancun).

No pavilhão conhecido como Moon Palace, estão ocorrendo as negociações oficiais. Todas as delegações dos países estão hospedadas neste espaço (um resort gigantesco) onde ocorreu também o coquetel de abertura do evento.

Existem, porém, outro pavilhão chamado de Cancun Messe, onde estão todas as ONGs, observadores, side-events e stands (inclusive o stand do British Council).

Ou seja, a sociedade civil está separada dos negociadores. Estratégia para diminuir a pressão sobre as delegações oficiais e as negociações.

Para se locomover de um pavilhão para outro o trânsito é horrível, tornando quase inviável esta logística.

As expectativas quanto às negociações neste ano são baixas. Pouco se fala sobre o futuro do Protocolo de Quioto, metas de redução de emissões e demais negociações. Os países desenvolvidos não irão se comprometer com metas “Legally Bindings” (legalmente vinculante), jogando todas as expectativas para a COP 17 (África do Sul).

Neste vácuo gerado por negociações mornas, surge uma oportunidade para o REDD (Reduções de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) avançar em boa velocidade dentro da Convenção do Clima. O Brasil está bem colocado para negociar a redução do desmatamento e reduções de emissões (em 2009, durante a COP 15, o Brasil apresentou a sua meta de redução de emissões de 39% em relação a sua trajetória de desenvolvimento até 2020 – mais do que qualquer outro pais desenvolvido apresentou até agora).

O Brasil terá um papel importante neste COP, principalmente no que concerne ao avanço do REDD dentro da UNFCCC.